Uma técnica inovadora para o tratamento do câncer de mama foi desenvolvida na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A crioablação é uma técnica de congelamento de células de câncer minimamente invasiva que utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e eliminar as células ou os tecidos-alvo da doença.
A técnica foi realizada pela primeira vez no Brasil e apresentou 100% de eficácia nos estudos iniciais. Esse tipo de tratamento já é utilizado com sucesso em Israel, na Itália e nos Estados Unidos. Apesar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o procedimento aguarda aprovação da Agência Nacional de Saúde (ANS) e não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como foram os testes iniciais?
Na fase inicial do estudo, a técnica foi aplicada após a cirurgia. Participaram dessa etapa 60 pacientes e o procedimento foi 100% eficaz para tumores com menos de 1 centímetros e 95% para tumores de cerca de 2 centímetros.
Saiba como o procedimento foi realizado
No dia 13 de janeiro, a crioablação foi realizada pela primeira vez em um hospital público brasileiro na Unidade Diagnóstica do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp). O procedimento envolveu três ciclos de 10 minutos.
Neste tempo, o tumor mamário foi congelado e descongelado várias vezes. Afonso Nazário, professor da Unifesp, esclarece que a técnica usa nitrogênio líquido a aproximadamente -140ºC. O líquido é aplicado com uma agulha, criando uma esfera de gelo ao redor do tumor para eliminá-lo.
A incisão resultante é comparável ou até menor que a de uma biópsia, permitindo que o procedimento seja feito em ambulatório com anestesia local.
A crioablação é descrita como indolor, precisa e rápida.
Atualmente, a pesquisa compara pacientes que foram submetidos à crioablação sem intervenção cirúrgica com aquelas que passaram pela cirurgia tradicional. Mais de 700 mulheres estão envolvidas neste estudo em 15 centros de saúde em São Paulo, sob a supervisão da professora Vanessa Sanvido, da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp.
De acordo com o professor Nazário o acesso ao procedimento pode aumentar e até levar à diminuição do preço da agulha usada na execução da técnica. Estima-se também que aumentar o acesso ao procedimento possa retirar de 20 a 30% das pacientes da fila do SUS.
Brasil registrará 73.610 novos casos de câncer de mama até 2025Até o final de 2025, estima-se que quase 80 mil brasileiros estão enfrentando o câncer de mama, um problema que se intensifica à medida que as taxas de mortalidade disparam.
Há cerca de 25 anos, a doença ceifava a vida de 9,4% das mulheres diagnosticadas. Hoje, esse número pode chegar a alarmantes 17,4%.Diante desse cenário, a democratização de tratamentos eficientes se torna não apenas uma prioridade, mas uma missão inadiável. Conheça algumas formas de prevenir o câncer de mama:
1. Exames de rastreamento
Mamografia: passar por mamografias regulares é essencial para a detecção precoce do câncer de mama, especialmente em mulheres a partir dos 40 ou 50 anos, dependendo das diretrizes locais de saúde;
Exame clínico das mamas: manter-se em dia com consultas regulares com um médico para que as mamas sejam examinadas pode ajudar na identificação precoce de qualquer anomalia.
Autoexame das mamas: embora menos formal, familiarizar-se com o próprio corpo e ficar atenta a alterações é recomendável.
2. Estilo de Vida Saudável
Manter um peso saudável: a obesidade é um fator de risco significativo para vários tipos de câncer, incluindo o de mama.
Atividade física regular: o exercício físico regular ajuda a controlar o peso e reduzir o risco.
Dieta balanceada: Optar por uma dieta rica em frutas, verduras e grãos integrais, e limitar o consumo de álcool e evitar o cigarro pode ajudar na prevenção.
3. Conhecimento sobre Fatores de Risco
Histórico Familiar: mulheres com parentes próximos que tiveram câncer de mama devem estar mais atentas e discutir estratégias de rastreamento precoce com seus médicos.
Histórico Genético: mulheres com mutações genéticas BRCA1 e BRCA2 têm maior risco e podem considerar testes genéticos.
Exposição Hormonal: fatores como primeira menstruação precoce, menopausa tardia, ter poucos filhos, ou gestação após os 30 anos podem aumentar o risco devido à exposição prolongada a hormônios.
4. Moderação no uso de hormônios
Terapia de Reposição Hormonal (TRH): discussões com um médico sobre os riscos e benefícios da TRH são fundamentais, uma vez que o uso prolongado pode aumentar o risco de câncer de mama.
Inibidores de Aromatase: Discuta com o médico o uso de exemestano, que pode reduzir significativamente o risco em mulheres pós-menopausa.
5. Vacinação
Vacina contra HPV: embora o HPV esteja principalmente associado ao câncer cervical, a consciência sobre a vacinação pode ser uma peça importante da prevenção geral de cânceres ginecológicos. Fonte: Centro de Combate ao Câncer.